terça-feira, 3 de agosto de 2010

A pureza do brinquedo

“O futebol já foi retocado diversas vezes em suas regras e táticas; vencendo quem vencer esta Copa, a sensibilidade popular está demonstrando que o futebol precisa de uma revolução radical para salvar-se como espetáculo das multidões.

E se não quiserem mexer nas regras, para salvar o futebol, há outra solução, embora utópica: acabarem para sempre com os técnicos. Sem técnicos, talvez a rapaziada conseguisse devolver ao futebol a pureza do brinquedo.”


Veja só que engraçado, meu amigo leitor. Este texto acima entre as aspas não foi escrito neste ano, durante a Copa do Mundo que correu o risco de ter a menor média de gols da história. Nem no ano retrasado, em que o São Paulo quase foi o campeão brasileiro com a melhor defesa de todos os tempos. Não é ninguém falando das declarações de Muricy, que mandou ao circo quem quisesse ver espetáculo. Também não se trata de Felipão voltando ao Palmeiras como ídolo, nem de Luxemburgo recebendo 700 mil reais no Atlético Mineiro. Não pense, pois, que o sujeito acima está revoltado com os que se encantaram com o futebol vistoso da Espanha na Copa do Mundo desde ano que marcou tantos gols quanto Ronaldo sozinho em 2002.

Este é um pedaço de um texto de Paulo Mendes Campos escrito em 1974.

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