quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

1 – Horóscopo dos futebolistas – Sagitarianos


Arrisco dizer que o signo de sagitário é um dos mais raros no meio futebolístico. Estive pesquisando para iniciar este post, e dos 388 jogadores e técnicos consultados, apenas dezenove (4%) são sagitarianos. Também pudera: sagitarianos em excesso podem estragar um time.

Tratando o time como um prato de comida, e o sagitariano como o sal, podemos dizer que cada sagitariano é uma pitada de sal. Então, ao preparar uma equipe, costuma-se preferir por errar pela falta a correr o risco do erro pelo excesso. Ora, assim pensam nossos dirigentes: é possível engolir uma comida sem sal, mas comê-la muito salgada é praticamente impossível. Porém, não nos esqueçamos: o sal que pode estragar uma refeição é, ao mesmo tempo, essencial para que ela seja deliciosa.

O boleiro sagitariano é aquele que faz o que for necessário para realizar seus objetivos. Treina a mais do que o comum para ajustar um detalhe que talvez nem faça falta, como Muricy. Inventa um treinamento novo, como Valdir Joaquim de Moraes. Ou então, traça metas e as cumpre com afinco, como Keirrison, que sempre teve uma meta clara: vestir a camisa do Barcelona.

Eles costumam cativar pela sinceridade, mas é a sinceridade também que os repele. Lembra do Djalminha? Ele tem a sinceridade como a maior qualidade e o maior defeito. Os palmeirenses se encantaram com ele em 1996, quando não tinha pudores em menosprezar, sinceramente, os adversários. E em 2005, os mesmos palmeirenses sentiram muita raiva de Djalminha, quando ele disse que não jogaria naquele time repleto de pernas de pau.



Vamos ao time dos sagitarianos, que, apesar de conter talentos irrefutáveis, falharia indubitavelmente. Seria o time mais salgado já visto.

Para treinador, teríamos quatro opções. Rubens Minelli, Muricy Ramalho, Ricardo Gomes e Oswaldo de Oliveira. Ricardo é ainda inexperiente, então seria auxiliar do auxiliar. A dúvida ficaria entre Muricy, Oswaldo de Oliveira e Minelli. E é uma dúvida dificílima de se desfazer. Se Muricy conquistou os últimos três campeonatos brasileiros pelo São Paulo, Rubens também foi tri-campeão brasileiro (em 76 e 77 pelo Inter, e em 78 pelo São Paulo) e Oswaldo foi campeão Brasileiro e Mundial pelo Corinthians. Mas é antes dos anos 70 que encontramos o trunfo de Minelli: ele ganhou um Robertão pelo Palmeiras. Aí ele passa Muricy. É o tetra ganhando do tri. Então sobraria Minelli e Oswaldo.

Aqui, temos que analisar a relevância de cada técnico em cada título conquistado. Oswaldo, em 99, possuía um time com mais estrelas do que um céu. E os adversários eram fracos. No ano 2000, foi campeão mundial pelo Corinthians em cima do Vasco que possuía Edmundo, o que é um grande feito. Mas Minelli merece a vaga porque ele foi um dos únicos capazes a realizar a grande proeza, em 1968: derrubou o time de Pelé.

Minelli de técnico, Muricy de auxiliar, Ricardo Gomes de auxiliar do auxiliar e Oswaldo de Oliveira como auxiliar do auxiliar do auxiliar. Oswaldo seria o primeiro auxiliar, mas ele foi sendo rebaixado nas funções e não demonstrou o menor sentimento.

Para o gol, temos cinco goleiros. Dois de nível excepcional, e outros três de alto nível, mas que, pena!, não chegaram a ser craques. Estes são Francesco Toldo, Fernando Henrique e Fábio Costa. Somente um deles poderá ir para o banco de reservas como segundo goleiro. Escolheremos Toldo, que já está acostumado com a reserva, e também por não correr riscos de ser expulso. Fernando Henrique seria melhor que ele, porém não poderemos dar a vaga a alguém que comemora defesas – então ele não será sequer relacionado.

A disputa pela titularidade será acirrada. Valdir Joaquim de Moraes contra Castilho. Bem, se Valdir Joaquim de Moraes compensou a baixa estatura com o melhor posicionamento de goleiro que já se viu em nossas terras, Castilho fazia milagres. Se Moraes foi imortalizado com todo o time da primeira academia com seu reflexo ágil e impulsão fenomenal, Castilho tinha, além disso tudo, sorte – seu apelido era Leiteria. Mas isto não bastaria para tirar a posição de alguém como Valdir. Teremos que decidir por um critério injusto, já que fazer justiça aqui seria dar a 12 a quem só merece e conhece a 1.

Castilho ganha de Joaquim pela idade. Nasceu quatro anos antes. E Valdir, para não ficar no banco angustiado pela chance de jogar, será o preparador de goleiros, posição que ele mesmo inventou.

Depois disso, o time segue sem muitos mistérios. Fábio Rochemback assume a lateral direita. Ele não gostou da improvisação, mas desfez o beicinho quando logo no primeiro treinamento percebeu que jamais poderia sonhar em disputar posição com o meio campo de Heitor, Rubens, Pedro Rocha e Djalminha.

A zaga se completa com Mauro Galvão e seu cabelo capacete e Ronaldo Angelim, o único pereba do time. A lateral esquerda é de Xabi Alonso, já que também não temos sagitariano específico da posição.

Como já disse, o meio campo é fenomenal. Heitor e Rubens cadenciam o jogo, mas não defendem. Pedro Rocha e Djalminha atacam, mas não marcam. Você começa a perceber que não é somente pelo signo que este time não dará certo. Custou muito para convencer Djalminha que a 10 era de Pedro Rocha. Djalminha argumentou que jamais jogou com um número inferior ou superior a 10.

- Mas Djalminha... O Pedro é mais velho.

Novamente, a idade foi decisiva.

No ataque, Tesourinha e Michael Owen. A nove é de Tesourinha. Owen está tão deslumbrado com o contrato com o Manchester, que não se importa mais com esse tipo de coisa.

Keirrison não está relacionado por alegar uma contusão no dedinho do pé esquerdo. Giggs também está fora para não ultrapassarmos o limite permitido de estrangeiros na equipe.

Eis nossa escalação:

1 - Castilho 27/11/1927 (Fluminense)
2 - Fábio Rochemback 10/12/81 (Inter, Barcelona e Grêmio)
3 - Mauro Galvão 19/12/1961 (Vasco e Grêmio)
4 - Ronaldo Angelim 26/11/1975 (Flamengo)
6 - Xabi Alonso 25/11/1981 (Barcelona)
5 - Rubens 24/11/1928 – (Flamengo e Vasco)
8 - Heitor 20/12/1898 (Palmeiras)
7 - Djalminha 9/12/1970 (Palmeiras, Guarani, Flamengo e La Coruña)
10 - Pedro Rocha 3/12/1942 (São Paulo)
9 - Tesourinha 3/12/1921 (Internacional)
11 - Michael Owen 14/12/1979 (Liverpool, Real Madri, Newcastle e Manchester United)

Técnico: Rubens Minelli
Auxiliar técnico: Muricy Ramalho
Auxiliar do auxiliar Técnico: Ricardo Gomes
Auxiliar do auxiliar do auxiliar técnico: Oswaldo de Oliveira
Preparador de goleiros: Valdir Joaquim de Moraes

Banco de reservas
12 - Francesco Toldo 2/12/1971 (Inter de Milão)
21- Fábio Costa 27/11/1977 (Vitória, Santos e Corinthians)
17 - Palhinha 14/12/1967 (São Paulo, Cruzeiro)
16 - Liédson 17/12/1977 (Corinthians, Flamengo, Sporting)
15 - Aristizábal 9/12/1971 (São Paulo, Cruzeiro, Coritiba)
77 - Carlos Alberto 11/12/1984 (Fluminense, Botafogo e Vasco)

Não relacionados
Fernando Henrique 25/11/1983 (Fluminense)
Ryan Giggs 29/11/1973 (Manchester United)
Keirrison 3/12/1988 (Coritiba, Palmeiras e Benfica)

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