terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nem o futebol brasileiro empolga nos Estados Unidos

Está certo que um jogo com Ganso e Neymar seja quase sempre empolgante, mas no primeiro tempo de Estados Unidos x Brasil, peguei-me um pouco entediado. No começo achei que era porque o jogo valesse mais para eles do que para nós. Os americanos perderam nas oitavas, mas saíram com uma boa moral da Copa, enquanto nós perdemos nas quartas, mas saímos devastados.

Não era isso.

Porque havia pela primeira vez desde 1982, a chance de uma nova perspectiva futebolística de nossa seleção. Não é que procuramos um futebol bonito – procurar beleza no futebol é como uma mulher procurando beleza através da cirurgia plástica. Procuramos um futebol leve. E veja bem: Lucas, Ramires; Ganso, Robinho; Neymar e Pato não é só um time leve. É um time anoréxico!

Como nem isso me empolgou, logo notei o motivo. Os americanos ainda não são capazes de criar uma atmosfera propícia ao futebol no estádio. Por vários motivos.

Nota-se logo de cara que a arquibancada atrás do gol começa com três metros de altura, algo típico para jogos de futebol americano. Depois, e principalmente, que o público não vibra proporcionalmente às jogadas. É um público disperso, desconcentrado, que passa mais tempo conversando do que assistindo ao jogo. Tanto que demoram um pouco para comemorar um gol.

E fica difícil mesmo de assistir a um jogo ambientado nos Estados Unidos. O estádio custa mais de um bilhão, o ingresso custa caro, ali havia duas seleções de Copa do Mundo, mas era um jogo insuportável. É melhor ver um jogo da terceira divisão no estádio da Juventus (Mooca) do que um jogo de Copa do Mundo nos Estados Unidos.

Por isso, talvez seja melhor desistir. O futebol será um sucesso nos Estados Unidos no mesmo dia em que o beisebol for um grande sucesso aqui no Brasil.

No próximo post, uma prova concreta sobre essa teoria.

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