sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Celso Roth 2 litros

Uma das famas mais injustas do futebol brasileiro é a de Celso Roth – dizem que ele é como um refrigerante de dois litros, que é bom no começo, mas perde o gás no meio. Ora, convenhamos que conseguir consistência por um longo período num Grêmio de Anderson Pico, Tadeu e Jonas é praticamente impossível. Ou então que o Atlético do ano passado, que tinha Diego Tardelli como o grande nome, não era referência de um bom elenco.

Porém, mesmo as famas mais injustas têm argumentos sólidos que as sustentem. Se o Grêmio era tão ruim assim, por que conseguiu 44 pontos no primeiro turno do Brasileirão do ano retrasado? E o Atlético, que não tinha craques, também possuía um elenco que permitia brigar, no mínimo, pela Libertadores.

Então, para que não haja mais dúvidas, estudei métodos eficazes de retenção de gás em refrigerantes de dois litros. Após dominar todas as técnicas, adaptei-as ao futebol moderno e ao Celso Roth, para que o Inter tenha um grande time por mais tempo. Porque se o título da Libertadores já parece inevitável, há ainda um longo caminho até o Mundial.

Primeiro e muito importante: não compre Celso Roth em garrafas grandes. Além de garrafas que suportam mais de dois litros dificilmente caberem nas geladeiras, elas são obrigadas a ficar deitadas – caso couberem. E isso é fatal.

“Fatal” é exagero. Mas uma garrafa deitada segura tanto gás quanto um coelho de botas. Então, nunca deixe o Celso Roth deitado na geladeira. Quando ele se deita, uma parte maior da superfície de seu corpo entra em contato com o ar. E adivinhe: é pelo ar que o gás se dissipa. Por isso, ele deve ser mantido sempre de pé, e se possível aperte-o – amasse um pouco, mesmo – para que a área de contato seja reduzida ao extremo.

Outro cuidado muito importante é o de nunca abrir o Celso Roth enquanto ele estiver quente. É sabido que o gás se dissipa muito mais facilmente quando em temperaturas elevadas. Então é melhor deixá-lo na geladeira – ou até mesmo no freezer – antes de abri-lo. Duas horas no freezer ou oito horas na geladeira serão suficientes.

Por último, o mais óbvio – mas também mais importante – é nunca esquecê-lo com a tampa aberta. Isto seria de uma distração tão absurda quanto a de um diretor de presídio que abre as grades de sua cadeia de vez em quando. E assim como o diretor do presídio só autoriza a abertura das grades para a entrada e saída de presos, só se deve abrir a tampa de Celso Roth para a entrada e saída de líquidos.

Desta forma, não garanto que Celso Roth nunca perderá seu gás. Grandes mestres, como Rubens Minelli, Oswaldo Brandão, Feola e Ênio Andrade já perderam o gás um dia. Porém, com estes cuidados, isto demorará muito mais tempo para acontecer.

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