terça-feira, 26 de janeiro de 2010

7 - Pontos corridos x Mata-mata – As opiniões dos leitores


No mês passado, começou aqui neste blog uma disputa ferrenha dos pontos corridos contra o mata-mata. Qual sistema de disputa é o melhor?

A discussão até aqui tem sido muito profícua, e não houve quem apelasse na argumentação. Ocorre, porém, que se alguém quiser chegar a uma conclusão a partir deste embate, terá muito trabalho.

Ao todo, foram quatro depoimentos: dois a favor dos pontos corridos, dois a favor do mata-mata. É mole? Rincón fez um a zero para os pontos corridos, sob a argumentação de que time que está ganhando não se mexe. Depois, Candinho, o técnico, não se contentou em empatar, e virou o jogo para os mata-matenses. Ele diz que não há emoção que se compare a uma final, e que os times desinteressados no começo e no final da competição cortam o principal argumento dos pontos corridos – a justiça.

Agora, pois, é a vez dos leitores. Thiago Ciaciare, o leitor que aqui primeiro comentou que me perdoe, mas tenho que começar com a pessoa que comentou por último. Sei que é injusto, mas o último comentário é de meu pai! E ele merece todas as homenagens neste espaço, porque se ele não existisse, eu não gostaria tanto de futebol e jamais pensaria em criar um blog sobre o tema. Fora que eu não saberia escrever, não teria olhos para assistir a uma partida, não torceria pelo Palmeiras... E pensando melhor, eu sequer existiria!

Vamos à opinião dele, o Francisco, expressa em um dos comentários deste blog.

“Sou Mata-matense de carteirinha.

O sabor de uma final, onde TODAS as torcidas ficam ligadas em um único jogo, é incomparável em relação à frieza dos pontos corridos.

Nos pontos corridos não conta o improvável de uma zebra aos 45 do 2º tempo, com um gol de canela do centroavante do time que tomou sufoco durante 90 minutos, mas não soube marcar.

Pela volta dos mata-matas!”

Pois Francisco se emociona deveras em uma final. Posso dizer que sou grande testemunha disso, pois não me lembro de acompanhar uma final de meu time sem que ele estivesse por perto. E ele se emociona, mesmo tendo outros problemas a resolver em sua vida cotidiana. Eis, até, outro ponto do mata-mata. Este é um sistema que envolve até quem não se preocupa tanto com futebol – não que meu pai não se preocupe! E é assim, porque um esporte que não emociona não tem razão de existir, que o mata-mata alarga o placar e faz o terceiro gol dos mata-matenses. Agora, temos Pontos Corridos 1 x 3 Mata-matas.

Porém, posso dizer que já vi Francisco roer as unhas em vários jogos dos pontos corridos. Olhe que nem última rodada era! E o imponderável, que ele representou pelo gol de canela do centroavante do time que tomou o sufoco, também pode acontecer nos pontos corridos. Imagine se o Grêmio empata contra o Flamengo no Maracanã? Ou se, no ano retrasado, o Goiás arrancasse um empate do São Paulo? Teve ainda o embate de 2004, quando o Atlético Paranaense, em vias de ser campeão, perdeu para o Vasco, medíocre à época, e entregou o título para o Santos.

Thiago, um comentador assíduo deste espaço, adota uma linha contrária a de Francisco. Ele é um pontocorridense roxo. E tem bons argumentos para isso:

“CLARO que eu apóio os pontos corridos.

Num país bagunçado, improvisado e - que coisa - orgulhoso de tudo isso, é melhor que se comece dar ao povo bons exemplos de MERITOCRACIA. Como tem muito mais gente que se presta a entender isso através do futebol do que de, sei lá, ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL, tá aí.

Assim, traçando um panorama entre os piores problemas do País e o aprendizado da cidadania através do BALÍPODO, sugeriria até a criação de um novo critério de desempate no Brasileirão, o ISA, ou índice de sujeira atirada: a torcida que atirasse menos sujeira nos estádios daria ao seu time a vantagem do empate (e, à sua cidade, o alívio das enchentes) !!!”


Ele tocou em um ponto importante. O de que no Brasil não estamos acostumados a glorificar aquele que trabalha e é constante, como o que é idealizado na meritocracia. Ponto, ou melhor, gol legítimo e bem feito para os pontocorridenses. Pontos Corridos 2 x 3 Mata-mata. Mas aqui eu pergunto, sem querer provocar. Thiago e todos os pontocorridenses de meu Brasil: se no Brasil não gostamos da meritocracia, o futebol, nosso principal esporte, não deveria representar justamente isso? Porque futebol é uma das representações mais claras de uma cultura. Mas isto é só uma pergunta, portanto não vale o gol!

2 comentários:

Thiago disse...

Eu diria, com a licença da modéstia que eu não tenho lá muita, que meu gol foi de bicicleta.

E eu gostei da sua pergunta, acho que a resposta é NÃO, mas aviso que é uma reversão da minha proposta: enquanto eu digo que o povo deve ser educado à meritocracia através do futebol (abraço, estadistas), você afirma que o futebol não deve ser meritocrático por que o nosso povo, culturalmente, não o é !

Ia sugerir que você criasse um bolão aqui, mas 1 - você odeia sugestões e 2 - eu ganharia o bolão, então deixarei aqui minha previsão para os jogos mais impostantes deste primeiro semestre:

1) Domingo, 31 de Janeiro - Palmeiras 3 X 0 corinthians

FIM



(ajuda, san Gennaro) !

Thiago disse...

Eu diria, com a licença da modéstia que eu não tenho lá muita, que meu gol foi de bicicleta.

E eu gostei da sua pergunta, acho que a resposta é NÃO, mas aviso que é uma reversão da minha proposta: enquanto eu digo que o povo deve ser educado à meritocracia através do futebol (abraço, estadistas), você afirma que o futebol não deve ser meritocrático por que o nosso povo, culturalmente, não o é !

Ia sugerir que você criasse um bolão aqui, mas 1 - você odeia sugestões e 2 - eu ganharia o bolão, então deixarei aqui minha previsão para os jogos mais impostantes deste primeiro semestre:

1) Domingo, 31 de Janeiro - Palmeiras 3 X 0 corinthians

FIM



(ajuda, san Gennaro) !