segunda-feira, 24 de agosto de 2009

7 - Corinthians, Botafogo e o juiz

Botafogo é junto, não separado (Bota Fogo). Eu aprendi isso quando escrevi um texto sobre esse time e o publiquei na comunidade dele do Orkut, uns três anos atrás. Mas isto não tem a menor importância.

O Botafogo veio a São Paulo no dia de ontem e conseguiu empatar em três a três com o Corinthians.

O primeiro gol foi do Corinthians. Dentinho fez uma jogada de Pelé, e foi derrubado: Pênalti. Sorte a dele, porque se ninguém o derrubasse, seria uma jogada de Mirandinha – o lance seria perdido em seguida. A bola foi no canto em que o goleiro não pulou. É o lance em que a gente fica sempre com a sensação de que o goleiro deveria esperar o cobrador bater, antes de decidir um canto. Mas era o Castilho.

Então o Lúcio Flávio cruzou de um jeito que, não sei por quê, só ele faz. A bola foi mais alto do que seria necessário, de um jeito muito bonito. Reinaldo meteu a cabeça na bola, e ela foi no ângulo. De novo a impressão, mas todos ficaram com a impressão de que se fosse o Felipe, não seria gol, mas seria. Duvido. Como é ruim jogar com goleiro reserva!

É agora. Não precisava prestar atenção no texto até agora. Mas é aqui que começa a ficar importante. Jucilei tenta driblar o botafoguense e não se sabe se escorregou ou se simplesmente se atirou. Mas ele caiu e não foi falta. Porém, o juiz marcou. Uma falta distante, com baixíssima probabilidade de gol. Mas juiz não tem sorte, porque se tivesse não seria juiz. Marcinho, de quem nunca ouvimos falar, cobrou a falta exemplarmente. No ângulo. O Castilho nem pulou numa tentativa desesperada de pegar a bola, mas nem adiantaria. Um recado a Castilho:

"Castilho,

Não adiantaria pular para tentar fazer a defesa. Mas você deveria ter pulado. A credibilidade de um goleiro se esbodega quando o goleiro não pula numa bola em que poderia pular.

Não é só isso. É obrigação de todo o goleiro ir atrás de todas as bolas que vão ao gol, não somente pela credibilidade pessoal ou para pegar bolas impossíveis. É também uma questão de lealdade com o time adversário. Quando o goleiro vai atrás da bola impossível de ser recuperada, o gol é muito mais bonito.

Abraços,

André"

Acontece que não tinha sido falta. Anote.

Então o Botofogo, o time que não tem laterais, consegue uma jogada digna de lateral de seleção brasileira, com um moço careca driblando à vaca lindamente e cruzando na cabeça de André Lima. Bem, não foi exatamente na cabeça, tanto que André teve que meter a mão para fez o gol. Repare, quando assistir o lance, que André foi o larápio perfeito. Movimentou o braço sincronizando a cabeça, e a bola foi firme, como se tivesse sido testada. Claro que o juiz não viu. Gol do Botafogo.

Desculpe, está ficando chato, mas a introdução é necessária.

Jorge Henrique se joga na área descaradamente. Pênalti. Castilho defende, mas sem querer devolve para os pés de Dentinho, como se fosse uma tabela. Com o gol livre, Dentinho deu um toquinho no cantinho. Gol.

Então o Lúcio Flávio empata com uma cobrança de falta simplesmente maravilhosa e incrível. Três a três. Fim de jogo, torcida brasileira.

É sobre isso que eu desejo falar: Sobre o que aconteceu depois do final do jogo.

O juiz, Arilson Bispo da Anunciação, foi massacrado em todos os programas esportivos. Até os genéricos, como o Fantástico, condenaram o juiz, comparando sua capacidade arbitral à de um boi. Os machistas por pouco não disseram que foi uma arbitragem digna de uma mulher!

E isto é o nosso futebol. O André Lima mete a mão na bola, o Jorge Henrique se joga dentro da área, e o Jucilei se joga a meia maratona do gol, e a culpa é do juiz – por ter se deixado enganar

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